Orçada
em R$ 1,6 milhão, a segunda etapa do projeto de automação do
Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Uberlândia, em Minas
Gerais, entra em operação e já está impactando positivamente a produção
de água potável para mais de 600 mil habitantes, com controle total
sobre a qualidade da água tratada. Assinada pela Vector Engenharia,
empresa com 20 de atuação na área ambiental, a obra contempla a
automação do sistema de abastecimento de duas Estações de Tratamento de
Água, dando sequência a projeto também implantado pela Vector no
município no início do ano passado. Os sistemas de telemetria (medição à
distância de equipamentos), implementados na primeira fase, permitiram
automação completa em todos os passos do tratamento da água. Esta nova
etapa foi entregue em meados do primeiro semestre e agora encontra-se em
operação assistida.
Até
então, o abastecimento funcionava por meio de modelo parcialmente
manual. Com a automação, o Dmae passa a ter telecomando dos sistemas de
dosagem de produtos químicos, lavagem dos filtros, análise online da
qualidade da água bruta, controle de qualidade da água filtrada,
medições da vazão de entrada e saída das Estações de Tratamento (ETA),
além da instalação de floculadores mecânicos. O projeto teve prazo de 14
meses, dos quais seis em operação assistida.
Segundo
o Dmae, a automação deve também resultar em economia de energia
elétrica e de produtos químicos, além de melhorar a etapa de filtração
e, principalmente, reduzir o índice de perda de água. As Estações de
Tratamento já estão sendo operadas com supervisão à distância pela
Central de Controle de Processos, localizada na sede da autarquia. Os
operadores da Central podem interferir no abastecimento de água a partir
de um sistema supervisório que avisa, por meio de alarmes, eventuais
erros durante o processo.
De
acordo com Gilberto Sales, diretor técnico da Vector, as estações Bom
Jardim e Renato de Freitas, automatizadas nesta segunda etapa, produzem
1,1 mil litros de água por segundo, mas contam com capacidade para
elevar a saída a até 1,6 mil litros por segundo. “Na primeira fase,
implantamos na Central de Controle duas estações computacionais operando
em regime de redundância, que podem ser intercambiadas no caso de falha
em uma delas, e ainda outras duas estações em cada ETA”, diz Sales. “A
instrumentação de campo está concentrada em unidades remotas autônomas,
interligadas entre si e a um Controlador Lógico Programável por meio de
rede Profibus e ainda à rede corporativa do Dmae. Instalamos também um
novo conceito de medição de nível dos filtros, melhorando a
operacionalidade do sistema.”
Sales explica que, com o
gerenciamento implantado, a expectativa é de aumento da vida útil dos
filtros de 40 para 50 horas, com 20% de redução no consumo de água e de
eletricidade. Outro benefício sensível, segundo ele, está no diagnóstico
instantâneo de falhas, dando maior segurança ao processo de tratamento e
aumentando a vida útil dos equipamentos e instalações. Além disso, a
autarquia passa a contar com dados históricos gerenciais e pode reduzir o
quadro de operadores das estações de tratamento, transferindo os
profissionais para áreas mais nobres. “Mas o principal”, diz Sales, “é
que a automação garante um padrão homogêneo de alta qualidade da água
tratada entregue à população.”